terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Cooperadas da Natu Capri conhecem fábrica da Natura em São Paulo

Através de articulação da Seplande, produtoras tiveram contato com o processo de produção da líder brasileira no mercado de cosméticos
Cooperadas da Natu Capri conhecem fábrica da Natura em São Paulo
Equipe institucional da Natura mostra a fábrica para produtoras da Natu capri
Lívia Vasconcelos
As cooperadas da Natu Capri, produtora de sabonetes à base de leite de cabra do Arranjo Produtivo Local (APL) Ovinocaprinocultura, tiveram uma grande oportunidade neste início de ano. Algumas delas foram até São Paulo para uma visita técnica a uma das fábricas da Natura. Acompanhadas do gestor do APL, Reginaldo Guedes, e de equipe da Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande), as representantes do grupo conheceram a produção da líder brasileira no mercado de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal.
“Inspiração é o que não falta”, garante a diretora de Comércio e Marketing da Natu Capri, Ana Patrícia. Ela afirma que foi preciso manter o entusiasmo ao longo de todos esses anos, pois, caso contrário, já teriam desistido nas primeiras dificuldades. Tudo começou em 2006, depois de um curso ofertado dentro do APL, que tinha como objetivo garantir atividades artesanais para mulheres da região.
“Atualmente, a cooperativa é formada por mulheres que, por causa dessa iniciativa lá atrás, passaram a ter uma ocupação com a possibilidade de retorno financeiro que os sabonetes podem oferecer. Apesar de tudo ainda estar em fase de estruturação, é notável o potencial que essa atividade tem e nós buscamos sempre o aperfeiçoamento, a inovação”, explica Ana.  
A diretora ressalta a visita ao centro de produção da fábrica da Natura como um novo instrumento de conhecimento, que serviu para impulsionar um sonho antigo, o de dar novos passos no segmento de cosméticos. “Estar ali significou muito para nós, porque, apesar de não termos a proporção que a Natura tem, também produzimos, somos parte dessa fatia enorme do Brasil que fornece esse tipo de artigo. Ver tudo aquilo funcionando e organizado só nos deu mais forças pra lutar pela realização da diversificação da linha que comercializamos”.
A linha ainda está em desenvolvimento e promete disponibilizar aos clientes na Natu Capri novas versões dos produtos já existentes em sabonete líquido, shampoo e hidratante, também provenientes do leite de cabra.  A fase atual é de testes e depende do parecer de um químico que está trabalhando junto às cooperadas.
Além da experiência diante de uma fábrica de grande porte, a visita à Natura pode render outros frutos à cooperativa. A gerente de Monitoramento de Indicadores do PAPL, Geanne Daniella, conseguiu agendar mais um encontro para o início de março. De acordo com a gerente, serão apresentadas especificações da Natu Capri em relação à sua produção e comercialização para uma análise detalhada da equipe de relações comerciais na Natura.
“Depois da verificação, eles vão avaliar se as meninas se enquadram no que a Natura precisa. A ideia é que uma série de capacitações aconteça durante um tempo e que elas possam ser fornecedoras de matéria prima para eles, como já acontece em outras regiões do País. Esse material, como o óleo de erva cidreira, capim limão, são muito utilizados nos produtos da Natura, então seria mais uma forma de renda para as cooperadas, sem esquecer a oportunidade de conhecimento que elas terão acesso”, enfatiza Geanne.
Apesar de ainda não ter nada certo, a equipe da coordenação acredita no trabalho da cooperativa. O gestor Reginaldo Guedes se diz confiante. “Sabemos que é uma seleção difícil, mas pelo que vimos eles ficaram muito empolgados com o trabalho desenvolvido por elas. Levamos alguns dos produtos para demonstração e a receptividade foi grande. A Natu Capri é um pequeno negócio, mas não deixa de perder qualidade por isso. Elas são um exemplo forte para desmistificar essa ideia de que o pequeno produtor não tem propriedade”, disse.